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Abuso Sexual: o André precisou de 20 anos para quebrar o silêncio
quinta-feira, 15 de março de 2018
Mais de 20 anos. É este o período de tempo que grande parte dos homens vítimas de abuso sexual demora a denunciar o caso. A vergonha, o medo, a incapacidade de reconhecer o que aconteceu, a dificuldade de se ver na posição de vítima — são alguns dos factores que jogam para que este período de silêncio seja tão prolongado. A associação Quebrar o Silêncio, que presta apoio especializado a homens que sofreram abuso sexual, completa o primeiro ano de funcionamento nesta sexta-feira, 19 de Janeiro, e apresenta dados que retratam o longo período que os homens demoram a falar sobre os abusos. “Grande parte dos casos acontece na infância”, explica Ângelo Fernandes, fundador da associação. Acrescenta que a fatia maior dos homens que procuram apoio está na casa dos 35, 40 anos, mas o leque é vasto: vão desde os 22 aos 65 anos. A percentagem dos que procuraram apoio pela primeira vez é de 78%.Publicada por Rui à(s) 16:18 | Etiquetas: abuso sexual | 0 comentários |
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Igualdade de Género explicada pelas crianças
sexta-feira, 9 de março de 2018
A função: separar as bolas azuis e cor-de-rosa e colocá-las nos respectivos recipientes. Os trabalhadores: três pares de crianças, cada par composto por um menino e uma menina. A recompensa (isto é, o salário): um copo de gomas para cada membro da equipa. Afinal, os dois exerceram a mesma função, durante o mesmo período de tempo e com igual aproveitamento. Então porque é que o copo do rapaz está cheio e o da rapariga a meio?
Explicam-lhes: “Molly, a razão de receberes menos do que o Thomas é por seres rapariga”. Continua a não fazer sentido, respondem, tanto eles como elas. “Isso não é bom”; “Não é justo”; “É só estranho”; “Isso é tão errado.”
O vídeo é uma iniciativa do Sindicato do Sector Financeiro da Noruega para denunciar as diferenças salariais entre homens e mulheres. E não é uma questão de ver o copo meio cheio em vez de meio vazio: Portugal é o país europeu onde o fosso salarial mais se agravou.
Segundo dados divulgados esta quarta-feria, 7 de Março, pela Eurostat, as trabalhadoras portuguesas ganham em média 82,5 cêntimos por cada euro que um homem ganha por hora. É uma diferença de 17,5 cêntimos, acima dos 16 cêntimos pagos a menos às mulheres na média europeia. Portugal tem ainda a quinta menor percentagem de mulheres no Governo da União Europeia. E se prestares atenção às placas toponímicas, vais reparar que só 15% das ruas com nomes próprios são de mulheres: "Santas, mães, rainhas"
Estes são alguns dos títulos no destaque que esta quinta-feira, 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o PÚBLICO levou à primeira página. Porque vale a pena noticiar a desigualdade até todos os copos estarem cheios — ou pelo menos iguais.Fonte: P3Publicada por Rui à(s) 18:02 | Etiquetas: igualdade de género | 0 comentários |
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Não confundas amor com abuso
sexta-feira, 2 de março de 2018
“Nunca o amor romântico pode justificar a violência”, dizia a presidente da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), Maria José Magalhães, ao PÚBLICO, um dia depois do Dia dos Namorados. Declarava isto em resposta a um estudo da associação, divulgado em Fevereiro de 2018, que diz que um em quatro jovens portugueses acha a violência sexual no namoro “natural”. É banal (40%) impedir alguém de se vestir como quer. É normal para 20% dos jovens com idade média de 15 anos trocar insultos numa discussão. E se não deixar marcas, então não é agressão, dizem 320 jovens, entre os 4 mil inquiridos.
Todas estas situações também eram naturais para a jovem que surge na animação da Day One, uma organização norte-americana que luta para acabar com os abusos no namoro. Sempre ao som da Walking on Sunshine, uma música aparentemente alegre, as personagens caminham de uma relação aparentemente saudável — desde logo se notam alguns indícios que mostram que o personagem masculino poderá ser controlador e possessivo — para um namoro abusivo. O objectivo é mostrar que a violência nem sempre é física. Mas que isso não a torna “natural”.FONTE: P3Publicada por Rui à(s) 15:11 | Etiquetas: violência contra mulheres, violência no namoro | 0 comentários |