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  1. A Adolescência e tu

    quinta-feira, 28 de novembro de 2013

    A adolescência e tu é um programa educativo da Ausonia, Evax e Tampax. Dirige-se aos alunos e alunas do 9º ano, embora possa ser utilizidado noutras faixas etárias, com as devidas adaptações.
    Encontra-se dividido em quatro grupos de sessões: "Como me vejo? Experimentar mudanças"; "Como me vêem os outros? Aceitar-se e ser aceite"; "O meu corpo e o dos outros. Falar e viver as alterações"; "Como me sinto? Conduzir as emoções".
    Também existem os materiais do professor.
    É tudo gratuito e encontra-se disponível aqui.

  2. Hoje, 25 de Novembro, anota-se o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres.  Neste sentido, a  APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) realiza as I Jornadas Contra a Violência Doméstica, na Escola de Direito da Universidade do Minho, em Braga.
    Paralelamente, esta associação promoveu uma campanha na qual foram colocados 40 sacos com manequins de plástico na Rua Augusta, em Lisboa. Cada um dos sacos vai ser simbolicamente identificado com a causa de morte e indicação do agressor, de forma a não deixar nenhum transeunte indiferente a esta realidade.
    "Violência: esconder nunca ajuda. O que ajuda é pedir ajuda" é a mensagem da APAV no Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres.


    As Nações Unidas têm a correr desde o ano passado o 'Orange Day', iniciativa onde convidam tod@s a usar uma peça de roupa cor de laranja no dia 25 de todos os meses. A ONU lança o repto para que cada mês seja dedicado a um tema específico dentro da violência contra mulheres. Podem saber tudo aqui.





     

     
    "Break the silence. When you witness violence against women and girls, do not sit back. Act."Ban Ki-moon, U.N. Secretary - General

  3. Opinião de Mónica Ferro no Público de hoje (aqui)

    Por todo o mundo uma em cada três mulheres será sujeita a uma das várias formas de violência. Uma em cada três raparigas casará antes dos 18 anos e 12% delas casar-se-ão antes de completarem 15 anos. 125 milhões de mulheres terão sido sujeitas a mutilação genital feminina.
    Todos os dias 20.000 raparigas, com menos de 18 anos, dão à luz no mundo em desenvolvimento e 603 milhões de mulheres vivem em países onde a violência doméstica não é crime. Entre 250.000 e 500.000 mulheres e raparigas foram violadas durante o genocídio no Ruanda em 1994. Sete em cada 10 mulheres no mundo relatam ter sofrido alguma forma de violência física e psíquica ao longo das suas vidas. As mulheres e raparigas contabilizam cerca de 80% das cerca de 800.000 pessoas que todos os anos são traficadas e 79% dessas mesmas mulheres serão traficadas para fins de exploração sexual. E podia ainda falar do assédio sexual, do assédio no lugar de trabalho, dos crimes de honra, dos crimes ligados ao dote, da seleção pré-natal do sexo, do femicídio. Em Portugal, dados não oficiais dão conta de três dezenas de mulheres assassinadas este ano.
    O dia de hoje, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, chama a atenção para estas violências, e para todas as outras, as evidentes e as mais perversas: as ocultas, e apela à mobilização da comunidade internacional, dos governos e da sociedade civil para o combate a este flagelo, que a diretora da ONU Mulheres chama de pandemia.
    É um combate jurídico, feito através dos vários tratados internacionais que desde os anos 70 do século XX têm sido assinados e ratificados, e das leis nacionais que vão sendo adotadas e implementadas; é um combate através da educação, da alfabetização jurídica das mulheres para que estas saibam que são titulares de direitos e que os seus direitos são direitos humanos, da educação de homens e mulheres para a igualdade; é um combate cívico que pressupõe a eliminação de uma cultura patriarcal de dominação das mulheres pelos homens; é uma desocultação da realidade, um fim da invisibilidade das mulheres, uma ação em prol da dignidade de todas as pessoas.
    As mulheres sofrem várias formas de violência ao longo da sua vida, desde o berço até à morte. Violências diferentes, todas igualmente graves, que têm custos desde a grosseira violação dos seus direitos humanos até às perdas de produtividade e de eficiência das sociedades, até aos custos efetivos com o tratamento das vítimas e o julgamento dos perpetradores.
    Hoje gostava de me dedicar a uma destas violências, talvez por ser das mais escondidas: a maternidade na infância, a gravidez adolescente.
    O relatório deste ano sobre a Situação da População Mundial, do Fundo das Nações Unidas para a População, intitulado “Maternidade na Infância: responder aos desafios na gravidez adolescente,” traça-nos um cenário de profunda violência e violação de direitos. Todos os dias 20.000 raparigas dão à luz nos países em desenvolvimento, e por ano cerca de 70.000 adolescentes morrem de causas relacionadas com a gravidez e o parto.
    São raparigas que veem violado o seu direito à educação, à saúde e à autonomia. São raparigas que por não irem à escola – algumas são expulsas quando engravidam – têm poucas hipóteses de ter um emprego remunerado, menos voz nas suas famílias e comunidades, menos voz na tomada das decisões que afetam as suas próprias vidas. Como não são escolarizadas, as hipóteses de terem participação no espaço público são reduzidas, logo a probabilidade dos seus desafios e necessidades concretas serem debatidos e tratados por políticas públicas é também reduzida. Está, assim, criado um ciclo vicioso de invisibilidade e perpetuação de uma violência que é estrutural, discriminatória, geradora de pobreza.
    As adolescentes que engravidam são tendencialmente de lares com fracos rendimentos e subnutridas. Para além destas, as raparigas oriundas de minorias étnicas ou grupos marginalizados, e as que não têm acesso a serviços e meios de saúde sexual e reprodutiva estão sujeitas a uma taxa de gravidez adolescente maior…
    E como todos os dias morrem 200 adolescentes, a gravidez precoce resulta vezes de mais na suprema violação dos direitos, na morte.
    Mas este é um diagnóstico que pode ser interrompido. O FNUAP propõe uma abordagem ecológica multinível, ou seja, recusa as terapias sectoriais.
    A maternidade na infância é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a pobreza, a aceitação pelas famílias e comunidades do casamento precoce e esforços ineficazes para manter as raparigas na escola… só quando todas estas causas forem tratadas de forma holística, numa perspetiva transectorial, teremos a possibilidade de eliminar esta violência que condena milhões de raparigas à invisibilidade, perpetuando a sua discriminação e obstaculizando o seu empoderamento.
    A violência contra as mulheres é uma grave violação dos direitos humanos. A comunidade internacional e os governos não se podem demitir deste combate que permitirá resgatar a dignidade de milhões de seres humanos. É só disso que estamos a falar hoje, no dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres.

  4. Concordo plenamente! Mas...

    segunda-feira, 4 de novembro de 2013

    «Educação sexual nas escolas não está a funcionar»
    A deputada social-democrata Mónica Ferro, coordenadora do Grupo Parlamentar Português sobre População e Desenvolvimento, disse hoje à Lusa que são precisas novas políticas sobre maternidade na infância e gravidez na adolescência.
    Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) divulgado hoje indica que «todos os dias, nos países desenvolvidos, 20 mil raparigas com menos de 18 anos de idade dão à luz» e a nível global registaram-se dois milhões gravidezes em jovens com menos de 15 anos.
    «Portugal é um país que tem uma média sobre o desempenho na gravidez adolescente que me preocupa embora estejamos melhor do que os países de língua oficial portuguesa o que nos dá responsabilidades acrescidas nesta matéria», disse Mónica Ferro à margem da apresentação e análise dos dados sobre a Maternidade na Infância do relatório do FNUAP.
    «Não estamos a saber lidar com a gravidez adolescente e em parte é porque a educação sexual nas escolas também não está a funcionar e é uma crítica que se pode fazer neste momento. A ausência da educação proativa para a sexualidade e para a saúde está a provocar um número de gravidezes adolescentes que não é compatível com o tipo de país que nós temos», acrescentou Mónica Ferro defendendo novas abordagens que passam pela proteção das jovens e adolescentes e envolvendo toda a sociedade.
    (...) retirado daqui


    Resta acrescentar que o partido da deputada em questão tem uma grande responsabilidade no não funcionamento da Educação Sexual nas escolas. Por exemplo, na área da Educação, foram extintas as áreas curriculares não disciplinares, retirados tempos aos professores para o Programa Escola e Saúde, esquecida a formação sobre educação sexual, ... ; na área da Saúde estrangulou-se a saúde escolar; na área da Segurança Social diminuiram-se os apoios ao mais desprotegidos, quando sabemos que há uma enorme relação entre a gravidez adolescente e a pertença a uma família socialmente desintegrada.