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  1. A manhã de trabalho do chefe de pastelaria André não foi ontem das mais produtivas. “Estava num nervoso miudinho porque ninguém sabia se as alterações à lei da mudança de género iam ou não ser aprovadas” no Parlamento, contou, numa conversa ao telefone com o PÚBLICO, a partir da cozinha do restaurante onde trabalha, em Lisboa. Pouco depois do meio-dia, suspirou de alívio e passou a atender os clientes com a satisfação de quem sabe que, assim que a nova lei entre em vigor, vai poder com uma simples deslocação à conservatória pedir que no Cartão de Cidadão passe a constar o nome e o sexo masculino com que há muito se apresenta aos outros.
    “Quando nasci, em 1997, o género que me atribuíram à nascença foi o feminino, com o qual nunca me identifiquei”, introduz. A disforia de género não é, contudo, algo que se aprenda na escola. E André passou assim os anos seguintes a tentar reprimir comportamentos que via como pouco condizentes com o facto de todos os verem como menina. “Retraía-me e muitas vezes abstinha-me, por exemplo de jogar à bola. Só muito mais tarde percebi que o que sentia não era algo só da minha cabeça. Que tinha um nome e que havia mais gente assim.”
    Conseguiu sobreviver à tortura do secundário e, quando se apresentou no primeiro emprego, a aparência já era masculinizada. “Tinha já o cabelo curto, quase rapado, e vestia-me de uma forma mais masculina. Mas, ainda assim, era visto como uma rapariga e todos me tratavam pelo nome feminino”. Seguro da sua identificação com o sexo masculino, André tinha marcado no mês passado uma consulta no Hospital Júlio de Matos para iniciar o processo de mudança de sexo. “Estava preparado para um processo tortuoso e demorado. Sabia que dificilmente obteria os relatórios antes do início do próximo ano”.
    O novo diploma, que dita que a mudança de sexo no registo civil pode passar a fazer-se sem necessidade de qualquer relatório médico e logo a partir dos 16 anos, desde que haja autorização paterna (...) (+ aqui)

    FONTE: Público online

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